As artes plásticas no Brasil
José Ferraz de Almeida Junior, talvez tenha
sido um dos primeiros artistas plásticos a desenvolver uma forma específica
para pintar um cotidiano tipicamente brasileiro. Nascido em Itu no interior de
São Paulo Almeida Junior foi um pintor de formação acadêmica do século XIX, que
estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, depois em Paris
com bolsa do imperador Dom Pedro II.
O Caipira Picando Fumo
Ver site: http://www.culturacaipira.com/2013/12/03/o-caipira-picando-fumo-almeida-junior/
Almeida Junior estudou sobre orientação de dois
acadêmicos que foram fundamentais em sua formação no Brasil, Vitor Meireles e
em Paris Alexandre Cavaneli. A partir de 1876 quando foi estudar na França,
antes de voltar ao Brasil e sobre orientação acadêmica de Cavaneli, Almeida
Junior expôs um trabalho realizado em Paris que já tinha características mais
regionalistas e menos tradicionais. “O derrubador brasileiro” de 1879, que
mostra um lenhador.
O derrubador brasileiro
Ver site:
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/09/o-derrubador-almeida-jr-1850-1899.html
A produção do artista pode ter sido irregular,
muitas vezes atrelada a encomendas que atendia para sobreviver. Mas é aparente
seu esforço em sair do universalismo acadêmico para adentrar a uma realidade
brasileira.
Isso fica mais evidente se notarmos que no
início do século XIX o pintor Jean Baptiste Debret foi o primeiro artista
estrangeiro a tentar romper com uma forma pré estabelecida, no caso o
neoclassicismo, para pintar o Brasil, ainda que a preocupação com a
documentação sobressaia nas cenas de escravos, de índios e nas paisagens.
Muitos de seus desenhos, como o de “Escravos remunerados” no Rio de Janeiro,
apresentam um tipo de mudança formal que dá o tom de uma dinâmica social da
colônia. Note que a condição serviu lembrada pelos “Os pés descalços”, convive com
certa vivacidade e graça nos trajes e no trato a oferecer um produto como na
aquarela “A vendedora de pão de ló”, uma graça que possa ser explicada pelo
fato de que senão ganhassem determinado valor seriam punidos quando o dia
acabasse. Ter captado essas nuances diferencia Debret de seus colegas de missão
artística francesa como Rugendas e Thomas Ender.
No fim, as produções desses artistas foram
muito mais documentos para historiadores, por exemplo, do que avaliadas em seus
aspectos estéticos, incluído as aquarelas de Debret, embora elas tenham sido
mais complexas a mostrar traços mais específicos de responsabilidade brasileira
e sair um pouco do lugar comum de uma visão europeizada de estranhamento do Brasil.
Talvez possamos dizer que se o Francês Debret tentou romper com essa forma, o
paulista Almeida Junior deu o passo seguinte ao final do século XIX, a olhar
mais de perto e com menos preconceito seus personagens, do que os artistas da
missão européia.
O vendedor de Flores
Ver site:
http://pt.wahooart.com/@@/9CWH27-Jean-Baptiste-Debret-Vendedor-flor-fora-de-uma-porta-da-IgrejaChafariz do Largo do Moura
Negro e negra em uma fazenda
Nhá Chica
O
modernismo internacional no início, no século XX tem como características
principais uma aparência forte, em que linha, cor e superfície ganham
intensidade, no Brasil, onde o movimento modernista foi marcado pela semana de
arte moderna de 1922, grande parte das obras abrange essa semana, mas apresenta
outras particularidades. Os elementos, formas, linhas e cores ganham autonomia,
não ficam ocultas nas cenas e personagens.
As
artes plásticas no Brasil na época do início do movimento modernista eram
marcadas pelas fórmulas acadêmicas importadas das grandes escolas de artes da
Europa. Desde a introdução dos valores neoclássicos onde normas e regras no
ensino de pintura, hierarquia de gêneros e temas, imposição de um modelo
europeu dificultavam a aproximação das artes com a realidade brasileira.
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