sábado, 25 de outubro de 2014

CULTURA BRASILEIRA - Aula 08 - As artes plásticas no Brasil



As artes plásticas no Brasil

José Ferraz de Almeida Junior, talvez tenha sido um dos primeiros artistas plásticos a desenvolver uma forma específica para pintar um cotidiano tipicamente brasileiro. Nascido em Itu no interior de São Paulo Almeida Junior foi um pintor de formação acadêmica do século XIX, que estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, depois em Paris com bolsa do imperador Dom Pedro II.

A quadro o “Caipira picando fumo” de1893, talvez sua obra mais citada é um exemplo de que, além de retratar o homem do povo, que vive na terra , Almeida Junior o retratava absorto, concentrado, pensativo.

O Caipira Picando Fumo


Ver site: http://www.culturacaipira.com/2013/12/03/o-caipira-picando-fumo-almeida-junior/

Almeida Junior estudou sobre orientação de dois acadêmicos que foram fundamentais em sua formação no Brasil, Vitor Meireles e em Paris Alexandre Cavaneli. A partir de 1876 quando foi estudar na França, antes de voltar ao Brasil e sobre orientação acadêmica de Cavaneli, Almeida Junior expôs um trabalho realizado em Paris que já tinha características mais regionalistas e menos tradicionais. “O derrubador brasileiro” de 1879, que mostra um lenhador.

O derrubador brasileiro

Ver site: 
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/09/o-derrubador-almeida-jr-1850-1899.html

A produção do artista pode ter sido irregular, muitas vezes atrelada a encomendas que atendia para sobreviver. Mas é aparente seu esforço em sair do universalismo acadêmico para adentrar a uma realidade brasileira.
Isso fica mais evidente se notarmos que no início do século XIX o pintor Jean Baptiste Debret foi o primeiro artista estrangeiro a tentar romper com uma forma pré estabelecida, no caso o neoclassicismo, para pintar o Brasil, ainda que a preocupação com a documentação sobressaia nas cenas de escravos, de índios e nas paisagens. Muitos de seus desenhos, como o de “Escravos remunerados” no Rio de Janeiro, apresentam um tipo de mudança formal que dá o tom de uma dinâmica social da colônia. Note que a condição serviu lembrada pelos “Os pés descalços”, convive com certa vivacidade e graça nos trajes e no trato a oferecer um produto como na aquarela “A vendedora de pão de ló”, uma graça que possa ser explicada pelo fato de que senão ganhassem determinado valor seriam punidos quando o dia acabasse. Ter captado essas nuances diferencia Debret de seus colegas de missão artística francesa como Rugendas e Thomas Ender.

No fim, as produções desses artistas foram muito mais documentos para historiadores, por exemplo, do que avaliadas em seus aspectos estéticos, incluído as aquarelas de Debret, embora elas tenham sido mais complexas a mostrar traços mais específicos de responsabilidade brasileira e sair um pouco do lugar comum de uma visão europeizada de estranhamento do Brasil. Talvez possamos dizer que se o Francês Debret tentou romper com essa forma, o paulista Almeida Junior deu o passo seguinte ao final do século XIX, a olhar mais de perto e com menos preconceito seus personagens, do que os artistas da missão européia.

O vendedor de Flores


Ver site: 
http://pt.wahooart.com/@@/9CWH27-Jean-Baptiste-Debret-Vendedor-flor-fora-de-uma-porta-da-Igreja


Chafariz do Largo do Moura


Negro e negra em uma fazenda


Nhá Chica


O modernismo internacional no início, no século XX tem como características principais uma aparência forte, em que linha, cor e superfície ganham intensidade, no Brasil, onde o movimento modernista foi marcado pela semana de arte moderna de 1922, grande parte das obras abrange essa semana, mas apresenta outras particularidades. Os elementos, formas, linhas e cores ganham autonomia, não ficam ocultas nas cenas e personagens.



As artes plásticas no Brasil na época do início do movimento modernista eram marcadas pelas fórmulas acadêmicas importadas das grandes escolas de artes da Europa. Desde a introdução dos valores neoclássicos onde normas e regras no ensino de pintura, hierarquia de gêneros e temas, imposição de um modelo europeu dificultavam a aproximação das artes com a realidade brasileira.







Nenhum comentário:

Postar um comentário