sábado, 25 de outubro de 2014

CULTURA BRASILEIRA - Aula 07 - Racismo à brasileira



Racismo à brasileira

O brasileiro gosta de acreditar que não é racista. A ideia de que somos uma combinatória de etnias faz com que nos tornamos uma etnia a parte. Porém, o racismo ainda existe no Brasil, ainda que mascarado por outras formas de discriminação.

Um brasileiro normalmente negará que é racista. 

A maioria dos brasileiros acham que existe preconceito 90%, mas apenas 10% admitem ser preconceituosos.

O sociólogo Floresta Fernandes percebeu já nos anos 60 que um traço nosso é camuflar a discriminação jogando a culpa em qualquer um e não na gente.

Nossa sociedade teve uma história construída sobre desigualdades. Por tempo de mais as condições de vida e trabalho a relação entre as pessoas pareceu clonar o modo de vida que um dia foi sustentado pela escravidão.

Hoje a genética a biologia já nos informam que raça não existe, não é possível identificar na natureza humana, diferentes tipos racial. Ela é antes uma classificação, uma ideia coletiva, mas raça ainda é um conceito forte. Com rótulo de raça todos se acostumaram a associar valores, crenças e conceitos usados para discriminar grupos sociais.

Em 1954 o sociólogo brasileiro Oraci Nogueira afirmou que o nosso preconceito racial é de um tipo particular e geralmente diferente ao de outras culturas. Aqui se cultua um preconceito de marca, que não seria a mesma coisa do preconceito de origem ativamente realizado em países como  os EUA e a África do sul.

Oraci quis dizer que no nosso racismo conta a aparência, a marca, o contexto e a posição social, não necessariamente com a origem. No Brasil somos tolerantes com às desigualdades, mas somos flexíveis com as etnias. Em muitos países pessoas com pele clara, mas descendentes de negros são tratadas como negros. A origem por si só define o lugar que ela ocupará, pois lá pesa a descendência e não a aparência.

No Brasil as pessoas têm medo de soar racista. Enfrentamos um tipo de racismo que parece silencioso e não é admitido publicamente, ele se esconde numa superfície de precária igualdade. A herança de uma sociedade escravagista e descaradamente hierarquizada e desigual, grita em nossas veias que é possível sentir as suas cicatrizes no dia a dia.

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